segunda-feira, 30 de maio de 2011

Em cada poça dessa rua tem um pouco de minhas lágrimas

vidas que nunca vivi aparecem em lembranças
em dias de chuva e em domingos vazios
os lados fracos, expostos ao dia, se alimentam
de dores injustas que machucam como verdade

queria eu tua presença bem longe daqui
num dia de anos passados e corpos imaginários
naquela vida que você também queria ter
de viver a querer ser eu e eu a ser você
com toda a escuridão pela frente
e a incerteza do incerto
que nos entrega a chave do sonho
que não nos dá nenhuma esperança de voltar
mortos em um quarto de portas fechadas
sem visão para fora, apenas o barulho das gotas
de lágrimas ou de chuvas, o tempo não passa
é a única forma de não nos perdermos

no dia seguinte, nos vemos de longe
um olhar, um sorriso superficial
e cada um entra em seu caminho
até o fim, a vivermos escondidos vidas que nunca vivemos

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